Já não é segredo que eu estou
trabalhando no meu primeiro livro (e-book, para ser mais específica), e muito
menos que venho pesquisando e estudando muitas formas e maneiras de escrita,
dicas, tutoriais, para me sentir mais segura, não só agora durante a escrita,
mas também depois de ser publicado, porque todo escritor precisa acreditar na
sua obra.
Então, seguindo conselhos,
primeiro fui tentar identificar o gênero do meu livro e (alerta de spoiler)
descobri que o meu é uma lad-lit (ou dude-lit, se preferirem). Sim! Uma mulher
escrevendo lad-lit! Confesso que como qualquer mulher, tenho dificuldades de
entender como um homem pensa, e eu sei
que nem toda escritora (entendam o a)
sabe escrever uma lad-lit, até porque os homens de repente parecem agir e
pensar como uma mulher, o que sei que em alguns casos não se aplicam. E não é
assim com o meu personagem. Nem com os amigos dele. Eu não conseguia acreditar naquilo que estava
lendo (lembrando que as obras que estou me baseando nessa primeira parte, é bem
antes de saber que existe a categoria lad-lit).
Eu queria entender e pensar como
um homem. O meu personagem precisa disso. Ele e seus amigos, que serão de
extrema importância para o decorrer do livro. Mas como disse, não tinha muita
noção. Então segui a segunda dica: procurar livros da mesma categoria que a
minha.
Ótimo! Mais material para ler!
Mais informações para o meu livro!
Confesso que por enquanto só li
dois dos livros lad-lit recomendados (se não me engano, tem mais de cinco),
porque estou associando o curto tempo de leitura que tenho com o livro da
Divina Comédia de Dante Alighieri (agora estou no livro 2, O Purgatório), que
recomendo muito para quem nunca leu esse clássico da poesia (ainda que eu não
seja muito fã de poesias). Sério, Dante é incrível, mas a leitura é cansativa e
difícil.
Mas voltando… O primeiro que li
foi Alta fidelidade de Nick Hornby, um livro incrivelmente interessante (é bom,
mas eu ainda não tenho certeza do quanto), e tinha exatamente o que eu buscava
(o como os homens pensam e agem, ou alguns deles, pelo menos), mas eu tinha a
incômoda sensação de que eu sabia que estava estudando o livro e os personagens
para o meu próprio manuscrito. O livro não me absorvia e me levava para outra
dimensão (claro que via a pequena loja do Rob, mas não é… não sei explicar), o
que me atrapalhava um pouco, ao mesmo tempo em que ajudava.
Assim que terminei, escolhi “O
Projeto Rosie” do Graeme Simsion, que foi até bem vendida e sucesso de críticas.
Desde o começo (assim que li a sinopse e uma parte da resenha), me encantei com
o livro, mas por algum motivo, deixei para ler só depois de Alta Fidelidade.
Tudo, eu quero dizer, tudo mesmo,
me levou à Austrália, me fez enxergar outro mundo. Excentricidade do Don
(excentricidade essa que fica “meio que explicado”, ou pelo menos deduzido de
um jeito interessante) nos leva a um lugar leve, ainda que não haja expressões
e sentimentos descritos, cheia de sentimentos, mesmo que Don não saiba, ou acho
que não, cada personagem e amigo do livro sendo especial a sua maneira, mesmo
Gene sendo um canalha, Stefan babaca, Rosie teimosa, e o próprio Don
insensível. Ainda digo que os únicos que eram “perfeitos” eram a Claudia e os
dois filhos dela com Gene. Claro, só víamos as coisas boas pela visão do
próprio Don, mas ainda assim, é uma impressão forte que ficou em mim também.
Sério, passaria um dia inteiro
elogiando o livro e não me daria por satisfeita.
Essa obra me fazia esquecer que
eu tinha que analisar como deveria ter feito, confesso, mas é tão incrivelmente
singelo, que recomendo muito para que todos leiam esse livro.
...
E não, não gosto muito da ideia
do Ryan Reynolds interpretando Don (se esse filme realmente sair, e ele fizer
bem, não digo mais nada dele). E achei mais do que acertada a ideia da Rosie
como Jennifer Lawrence, mas fiquei triste com a saída dela do elenco...